Tratado maltratado
Muito se fala da constituição europeia, ou melhor do novo tratado europeu. Fala-se de um tratado de importância fulcral e com preocupações mais próximas de uma Europa social, na continuidade da Europa económica e aduaneira que até aqui deixava aquela vertente em plano mais discreto. Ou fala-se de um projecto que deve ser revisto porque morreu antes de nascer, uma vez que não vai ser ratificado por todos os Estados-Membros. Fala-se de um tratado com soluções para a resolução dos problemas que têm estado na origem da sua rejeição, nomeadamente em favor do chauvinismo e de diversos interesses internos. Fala-se do acentuar do fosso entre ricos e pobres e dos problemas da realidade-nação. Fala-se muito, mas fala-se pouco. Fale-se mais do teor, do conteúdo, concreto, específico, do que trata verdadeiramente, do que nos oferece, do que nos retira... Explique-se bem porque se quer, e não se peça por se querer!
E a televisão tem um papel importante: gravem-se novelas sobre o tema, enclausurem-se os eurodeputados na Quinta, levem-se a encontros de desagravo no Herman Sic, introduza-se a temática nos concursos, restrinja-se a publicidade institucional à constituição europeia, dediquem-se-lhes os programas infantis... Tanto que se podia fazer, num país onde não há jornais nem se sabe ler. Tanto que se podia fazer... Mas há tanto que fazer e tão pouco tempo...
E a televisão tem um papel importante: gravem-se novelas sobre o tema, enclausurem-se os eurodeputados na Quinta, levem-se a encontros de desagravo no Herman Sic, introduza-se a temática nos concursos, restrinja-se a publicidade institucional à constituição europeia, dediquem-se-lhes os programas infantis... Tanto que se podia fazer, num país onde não há jornais nem se sabe ler. Tanto que se podia fazer... Mas há tanto que fazer e tão pouco tempo...
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