A marcar zero
Aos teus pés está uma balança quadrada, dessas que cá se usam todos os dias nas casas de cada um para agarrar a elegância. Num pequeno mostrador digital marca-se "zero". É este o teu trabalho, aguardar que alguém surja e peça para se pesar a troco de algum dinheiro. É esse o teu ganha-pão, tão irreal como tu. E assim continuas imóvel e indiferente, apenas mexendo o braço e contraindo o rosto. Há mais de meia-hora que te vejo nesse local onde não moveste os pés um único centímetro e sem que um cliente te solicite. És uma estátua de pedra nesse jardim. Não existes, só podes ser irreal, uma ilusão que marca pela negativa singularidade.
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